Passo a desenvolver: Feliciano, o abono de família de Vizela (na verdade não será mais que o Rendimento Mínimo Garantido), é um jovem. Vinte e sete anos de idade, já com uma bonita história para contar, mas ainda com uma longa vida profissional pela frente. Uma espécie de Rui Barros dos pobres, o diminuto natural de Cabeceiras de Basto extermina as linhas defensivas da Vitalis League há três anos ininterruptos, estando a construir um legado similar ao do lendário Bock, mas em tamanho de bolso.
A pequena locomotiva é um petiz cheio de sonhos e ambições, com um espírito inquebrantável de quem não consegue chegar à prateleira de cima para tirar uma lata de pêssegos em calda, mas que não se importa de abraçar o doce beijo de um traumatismo craniano para atingir a dita latinha.
Se é verdade que esta atitude pelejadora pode dar um gostinho de Old School ao cocktail cromático, decerto não poderá atribuir-lhe essa característica per si.
Procuremos então mais um ingrediente...
Fácil. A calvície cavalgante.
Nestes negros dias do futebol metrosexual dominado por binómios capilares Miguel-Djaló, camisolinhas tamanho "XS" directamente importadas da Roma de Totti para o amassado cacifo de Simon Vukcevic, ou partilhas de bandoletes entre Nuno Gomes e Moretto, é tarefa impossível encontrar um calciatore desmazelado, que jogue a bola pela bola e não encare o verde tapete como uma passadeira vermelha.
Percepção é realidade, e um Miguel com corte à escovinha e provecto bigode não seria um Miguel assim, um Miguel daqueles Migueis que o Mundo inteiro conhece à base do primeiro nome - Miguel - e que tem a oportunidade de se referir a si próprio na terceira pessoa. Porque um Miguel na terceira pessoa é um Miguel fresquinho, um Miguel arejado, perfumado e um Miguel que não suja o equipamento.
Por outro lado, um Miguel com bigode não seria Miguel: seria um "Filho Daquele Ex-Jogador do Benfica Que Também Tinha Bigode". E indignidade das indignidades, não se poderia referir a si mesmo na terceira pessoa. Teria que utilizar a primeira pessoa, coisa de ralé, de gente pobre, feia, que cheira a cavalo e joga a lateral-esquerdo.
E o que é que o cromo do Feliciano tem a ver com isto, perguntais vós?
O Feliciano é o anti-Miguel.
O Feliciano tem a calvície a bater à porta e convida-a entrar. Pior, bebe uma bejeca com ela enquanto vêem uma vetusta VHS do Baywatch sentados num sofá bege com resguardo.
O Feliciano não se refere ao Feliciano na terceira pessoa. Aliás, o Feliciano não está a par da existência da terceira pessoa. O Feliciano não está sequer a par da existência da gramática.
"Gramática? Não sei o que é, mas cheira-me a paneleirice.", diz ele.
O Feliciano cheira mal.
O Feliciano gosta de cheirar mal.
O Feliciano não faz a barba.
"Fazer a barba? Não sei o que é, mas cheira-me a paneleirice.", diz ele.
O Feliciano não sorri para a fotografia. Aliás, Feliciano só sorri em duas ocasiões: quando expele gás pelo ânus e no final de uma visita satisfatória ao pinhal. Ao pinhal, porque "urinóis são para paneleiros", diz ele.
Se é verdade que esta atitude pelejadora pode dar um gostinho de Old School ao cocktail cromático, decerto não poderá atribuir-lhe essa característica per si.
Procuremos então mais um ingrediente...
Fácil. A calvície cavalgante.
Nestes negros dias do futebol metrosexual dominado por binómios capilares Miguel-Djaló, camisolinhas tamanho "XS" directamente importadas da Roma de Totti para o amassado cacifo de Simon Vukcevic, ou partilhas de bandoletes entre Nuno Gomes e Moretto, é tarefa impossível encontrar um calciatore desmazelado, que jogue a bola pela bola e não encare o verde tapete como uma passadeira vermelha.
Percepção é realidade, e um Miguel com corte à escovinha e provecto bigode não seria um Miguel assim, um Miguel daqueles Migueis que o Mundo inteiro conhece à base do primeiro nome - Miguel - e que tem a oportunidade de se referir a si próprio na terceira pessoa. Porque um Miguel na terceira pessoa é um Miguel fresquinho, um Miguel arejado, perfumado e um Miguel que não suja o equipamento.
Por outro lado, um Miguel com bigode não seria Miguel: seria um "Filho Daquele Ex-Jogador do Benfica Que Também Tinha Bigode". E indignidade das indignidades, não se poderia referir a si mesmo na terceira pessoa. Teria que utilizar a primeira pessoa, coisa de ralé, de gente pobre, feia, que cheira a cavalo e joga a lateral-esquerdo.
E o que é que o cromo do Feliciano tem a ver com isto, perguntais vós?
O Feliciano é o anti-Miguel.
O Feliciano tem a calvície a bater à porta e convida-a entrar. Pior, bebe uma bejeca com ela enquanto vêem uma vetusta VHS do Baywatch sentados num sofá bege com resguardo.
O Feliciano não se refere ao Feliciano na terceira pessoa. Aliás, o Feliciano não está a par da existência da terceira pessoa. O Feliciano não está sequer a par da existência da gramática.
"Gramática? Não sei o que é, mas cheira-me a paneleirice.", diz ele.
O Feliciano cheira mal.
O Feliciano gosta de cheirar mal.
O Feliciano não faz a barba.
"Fazer a barba? Não sei o que é, mas cheira-me a paneleirice.", diz ele.
O Feliciano não sorri para a fotografia. Aliás, Feliciano só sorri em duas ocasiões: quando expele gás pelo ânus e no final de uma visita satisfatória ao pinhal. Ao pinhal, porque "urinóis são para paneleiros", diz ele.
O Feliciano tem 1,70m e gosta. Não utiliza truques de vestuário para parecer mais alto. Não calça sapatilhas com amortecedores ou botinha com sola de 50 cm. Só usa chinelo.
"Calçado é para paneleiros. Homem que é homem usa chinelo de borracha com meia branca."
"Calçado é para paneleiros. Homem que é homem usa chinelo de borracha com meia branca."
O Feliciano não festeja golos.
"Demonstrações públicas de felicidade são para paneleiros.", diz ele.
O Feliciano joga com o mesmo equipamento desde que saiu do Cabeceirense, em 2004.
"Lavar coisas é sinal de fraqueza. Desperdício. Eu lavo o equipamento com o suor que me sai do corpo. Quem gosta de água é paneleiro."
Feliciano é New, mas despreza a New School. Feliciano não é Old, mas a Old School é Feliciano.
E nós, no Cromos da Bola, SAD, gostamos do Feliciano. Por muito paneleiro que isso possa parecer.
"Lavar coisas é sinal de fraqueza. Desperdício. Eu lavo o equipamento com o suor que me sai do corpo. Quem gosta de água é paneleiro."
Feliciano é New, mas despreza a New School. Feliciano não é Old, mas a Old School é Feliciano.
E nós, no Cromos da Bola, SAD, gostamos do Feliciano. Por muito paneleiro que isso possa parecer.
7 comentários:
Uma feliz descoberta este Feliciano, sem dúvida.
"O Feliciano não está a par da existência da 3ª pessoa". Lapidar.
O Rodrigues declara que admira estas fotografias (como se admira uma gaja pejada de silicone que passa junto à obra, para não haver mal-entendidos).
lol este cromo é mesmo uma descoberta.
se ele realmente é assim tão bom, espero que venha parar à 1 liga pró ano, precisamos de mais avançado com 1,70m e carecas.
força feli!
O trejeito para a fotografia é asbolutamente priceless. Trejeito, não. Esgar, porque trejeitos é para paneleiros.
se eu fosse o feliciano encontava-te e partia-te os cornos,mas com muitas paneleirices pa tu gostares
não percebi a paneleirice num cacifo amassado.
mas se calahr sou eu que não percebo de paneleirices... ou de cacifos.
Ui, ó Jorjão. Eles que venham. Desde que o Eskilsson mandou os Def Leppard atrás de nós, estamos preparados para tudo. Força nisso.
Força nisso?? nao digas isso quando um gajo tá por detrás de ti...
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